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Rodrigo Hilbert e o macho vitimista


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Por que o diferente incomoda?

Vivemos em um mundo globalizado, nitidamente multicultural, multifacetado, onde diversas perspectivas e visões de mundo interagem o tempo todo. Convivemos o tempo todo com pessoas que possuem gostos, preferências, ideias, visões de mundo muito diferentes das nossas e muitas vezes até batemos no peito para enfatizar a “beleza” dessa diferença entre as pessoas. Mas será que esse discurso de exaltação da diferença é mesmo genuíno? A diferença é para nós o tempero que deixa a vida mais saborosa ou aquilo que justamente amarga as nossas bocas e nos tira o bom humor? Quando se pensa nas intermináveis guerras de torcida, acusações entre as igrejas e seus membros sobre qual seria a “mais verdadeira”, a que não “serve ao inimigo”, e outras alegações afins, nos partidos políticos que não se entendem e elevam suas divergências para além do bem da população pela qual deveriam zelar, além de outros tipos de preconceitos quanto ao gosto musical, estilo de se vestir, classe social, cor de pele, orie

Viver é caminhar no escuro

A vida não vem com um manual de instruções. Bem que gostaríamos que ela viesse, mas ela não vem. Por isso passamos boa parte de nossa existência pura e simplesmente tentando achar um sentido para direcionar as nossas forças e energias. Temos necessidade de verdades, de explicações que nos pareçam indubitáveis e confiáveis para guiar os nossos passos. No entanto, a vida parece sentir prazer em nos deixar sempre com uma certa desconfiança a respeito de tudo o que nos cerca e de todas as explicações que nos são apresentadas. Viver é caminhar no escuro, e cada explicação é uma lanterna que nos mostra uma possibilidade de sentido. Porém, cada lanterna possui uma coloração diferente e pinta o mundo que nos apresenta com nuances que não sabemos até que ponto refletem as características desse mundo ou da própria luz por ela emanada. A explicação não só desvenda a realidade, ela também a constrói a sua maneira e de acordo com a sua própria lógica. A lógica da explicação seria a mesma da rea

O animal e a linguagem

Aristóteles definiu o ser humano como um animal racional e dotado de linguagem. A questão de ser racional já foi amplamente explorada e mesmo utilizada para colocar a nossa espécie como superior ao resto dos animais, mas o segundo aspecto da definição aristotélica ainda é pouco considerado e não goza do mesmo grau de importância atribuído ao primeiro. Para o filósofo, a linguagem permite aos homens deliberar sobre o certo e o errado, o justo e o injusto. Desta forma, a linguagem permitiria aos seres racionais trocarem percepções entre si e construírem juntos um mundo comum que pudesse trazer o convívio harmônico e, com isso, a sociedade ideal. Infelizmente esse fator tão preponderante no ser humano não foi tratado com toda a seriedade com que se tratou a racionalidade durante todo o nosso progresso histórico. Se a racionalidade, aliada à técnica, construiu maravilhas e mesmo aberrações que ao mesmo tempo nos enchem de admiração e temor, com a linguagem parece que ainda estamos enga