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Mostrando postagens de julho, 2011

Sobre pipas e videogames

Venho percebendo nos últimos anos uma diminuição gradual do número de pipas no céu durante os períodos de férias escolares. Para quem anda de moto essa notícia não tem nada de ruim, pois o cerol das mesmas pode, e provoca realmente, acidentes graves e que podem acabar em morte. Mas, aquilo que poderia ser visto como algo positivo também pode estar sendo um indicativo de outros fatores culturais bastante relevantes e que apresentam, como tudo na vida, certa quantia de aspectos negativos. O primeiro deles é que o abandono da brincadeira com as pipas pode estar demonstrando uma perda cultural, já que ela se tornou uma espécie de “tradição” entre os estudantes em férias. Virou quase que um sinônimo de período de férias. Seu abandono, ou mesmo a diminuição de sua prática pode representar em uma perda no sentido em que, simbolicamente, se trata de uma brincadeira que pode ser um fator de integração e interação social e também, quando trabalhada adequadamente, promove uma série de efeitos de

Por que é tão difícil confiar?

A questão da confiança no outro é altamente complexa e delicada. Ainda assim, é algo de extrema necessidade para que se possa pensar em uma sociedade mais colaborativa e pacífica. Mas como podemos confiar em alguém, se esse confiar significa de alguma forma estar vulnerável, permitir que o outro tenha sobre nós algum poder potencialmente prejudicial? A cabeça do outro é um ambiente insondável para nós, onde só temos acesso através daquilo que ele próprio nos demonstra, algo que pode facilmente ser manipulado por alguém inescrupuloso a seu favor e contra os nossos interesses, fazendo-nos crer que são boas as intenções de alguém que só deseja nos prejudicar. Outro aspecto a ser considerado é o de que nós mesmos, sabendo das nossas limitações e tendências egoístas, projetamos essas tendências no outro e passamos a desconfiar que, como nós talvez nos sentíssemos tentados a trair a confiança alheia em determinado aspecto, provavelmente ele poderá adotar essa mesma postura em relação a nós

O amor ao outro e a falta de amor próprio

É muito comum ouvirmos as pessoas que buscam um relacionamento amoroso dizer que procuram “alguém que as façam felizes”, a sua “outra metade”, “sua alma gêmea” ou algo assim. Isso tudo supõe uma incompletude por parte de quem busca, pois quem quer sua outra metade é porque se sente somente “meio” e não algo inteiro, assim como quem busca alguém que a faça feliz indiretamente diz que por si só não consegue ser feliz, não consegue dar felicidade a si mesma. A “alma gêmea” é um pouco ainda mais complexa, porque supõe que exista alguém que seja uma parte de nós andando por aí, e que quando a encontrarmos seremos plenos em todos os sentidos, visto que essa pessoa nos compreenderá e nos satisfará completamente, pois sendo parte de nós, irá nos compreender tanto quanto nós mesmos, ou até melhor, e não nos decepcionará de forma alguma. Porém, alguém que não consegue dar a si mesmo todo tipo de satisfação ou felicidade, dificilmente encontrará outro que o faça. E fazer do outro o responsável p