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Mostrando postagens de novembro, 2010

Ser e Ter, a peça que faltava

Creio que a maioria de nós, se não todos, já ouvimos aqueles famosos discursos por vezes bastante moralistas sobre a oposição entre o Ser e o Ter. Este último sempre demonizado e tido como a principal causa da grande decadência do mundo contemporâneo. Não podemos negar que realmente o fato de alguém se sentir algo no mundo de hoje está intimamente ligado ao quanto e a o que esse alguém possui materialmente, seja essa posse material o dinheiro, carro, casa ou um belo corpo. Contudo, se observarmos mais de perto, poderemos perceber que esse Ter não parece ser um fim em si, mas apenas um meio para atingir algo mais profundo e almejado hoje em dia: o Parecer. O Ter não garante o sucesso ou o bem-estar que todos procuram, é preciso Parecer ser alguém de sucesso, poderoso ou o que quer que seja. Vivemos num mundo onde a imagem é muito valorizada, se você tem muito dinheiro, mas não tem belas posses que transmitam aos outros a impressão de que você o tem, ninguém irá notá-lo ou tratá-lo com

Futebol Arte versus o Respeito

Percebemos em diversas situações ao assistirmos uma partida de futebol que quando algum jogador faz algum tipo de “gracinha” com a bola, no sentido de desconcertar o adversário e fazer do jogo não só um ato profissional, mas também algo lúdico ou de auto-promoção como um jogador habilidoso o adversário vítima do gracejo responde o gesto desconcertante fazendo uma falta para parar o engraçadinho que além de o ultrapassar, o expõe a uma situação de humilhação perante os expectadores. Após a partida o agressor se justifica, dizendo que foi uma falta de respeito por parte do colega de profissão em humilhá-lo publicamente, dando-lhe os dribles desconcertantes, instigando-o assim, a cometer o ato faltoso. E segue-se o discurso sobre a necessidade de se jogar lealmente, sem “manchar” ou “denegrir” a imagem do profissional que ali está desempenhando o seu papel com atitudes depreciativas como uma bola enfiada entre as pernas do marcador, um chapéu, uma pedalada ou qualquer outro tipo de finta

Alívio Imediato

Vivemos em uma sociedade onde cada vez mais parece proibido se falar em esforço, demora ou qualquer outro tipo de coisa que despenda algum tempo ou trabalho para se resolver. Tudo tem que ser fácil e rápido. Não questiono aqui as filas de banco, engarrafamento ou qualquer outro tipo de atividade que todos concordamos que quanto menos tempo permanecermos neles, melhor. Mas é fato que há uma tolerância muito pequena quanto a tudo o que demande qualquer tipo de trabalho mais demorado hoje em dia. Queremos que tudo se resolva na hora, sem perda de tempo, e com isso acabamos muitas vezes por tentar resolver nossas questões pessoais ou quaisquer tipos de atividades de cunho reflexivo da mesma forma que lidamos com uma dor de cabeça qualquer: com uma pílula que prometa uma solução rápida e um alívio imediato para o desconforto pelo qual passamos. Caso tenhamos de nos deter por um determinado tempo numa determinada questão ou se algo não oferece os benefícios que desejamos no menor tempo poss