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Mostrando postagens de setembro, 2011

A prostituição nossa de cada dia

É muito comum ouvirmos comentários sobre como a vida das prostitutas deve ser penosa e vazia. E não é para menos: alugar o corpo e ficar a mercê do outro por um determinado tempo, ceder às vontades dessa pessoa e se colocar na condição de objeto. Algo realmente muito degradante. Mesmo pensando que muitas recebem um alto valor por seus serviços, isso não parece desfazer totalmente a sensação de que essa prática configura algo indesejável e aviltante. Porém, observando melhor essa condição que a maioria considera humilhante também poderíamos formular a seguinte pergunta: não é isso que também nós, cidadão comuns fazemos todos os dias ao sair de casa rumo aos nossos empregos? Rotina estressante, submissão a uma série de regras que não escolhemos e às quais temos que nos curvar, uma relação custo-benefício na qual sempre temos a impressão de que estamos perdendo... Também colocamos nossos corpos à disposição de um patrão ou uma empresa por um determinado tempo todos os dias, e somos pag

Cuidado: a morte ronda a tua escola

Depois do fato ocorrido na escola do ABC Paulista, onde um aluno de dez anos atirou na professora e depois se suicidou, creio que seja a hora de pensarmos mais um pouco sobre os rumos da educação no Brasil. Esse caso pode ter sido uma fatalidade, mas está longe de ser um fato isolado para muitos professores de todo Brasil. É comum ouvir críticas ao modelo de educação aplicado no Brasil, mas pouco se fala do profissional acuado dentro da sala de aula, sem nenhum direito, com excesso de cobranças, mal remunerado e que ainda por cima carrega o fardo de “preparar o futuro do país”. Os nossos políticos ganhando mais de vinte mil reais por mês não conseguem preparar meia dúzia de leis e ainda acham que alguém ganhando pouco mais que um salário mínimo tem condições de dar conta de preparar as futuras gerações. Muitos secretários da educação dizem que o problema não é só o salário (o deles com certeza não é mesmo), mas há algum tempo atrás um deputado disse que nenhum cidadão comum consegue

Os novos meios de entorpecimento da mente

A preocupação com o aumento dos casos de alcoolismo e dependência química tem aumentado muito e tem sido bastante divulgado ultimamente. E não é para menos, pois cada vez mais casos vêm aparecendo e cada vez com pessoas mais e mais jovens. O vício não escolhe faixa etária, classe social ou qualquer outro tipo de distinção entre as pessoas. E se essa preocupação é legítima, outra não menos importante, embora menos divulgada ou percebida, também se alastra pela nossa sociedade. É o vício em toda a parafernália eletroeletrônica que já tomou conta do nosso dia-a-dia. Obviamente devemos ressaltar as grandes vantagens que nos trouxeram a televisão, o telefone celular e a Internet, isso é indiscutível. Mas também não podemos deixar de lado o quanto nos tornamos dependentes destes meios e o quanto sua falta, mesmo que por pouco tempo nos causa angústia e pavor da mesma forma que a falta de um entorpecente qualquer gera em um viciado. Somos tomados por uma espécie de síndrome da abstinência. M

Agradecimento

Obrigado a todos os meus amigos e leitores pela ultrapassagem da marca de mil acessos no meu blog "Considerações Cotidianas", quero dizer que estou muito feliz e agradecido. Espero continuar podendo proporcionar a todos uma leitura agradável e temas relevantes para se refletir. Valeu!!!

A falácia da valorização da educação

Acho que devo começar esclarecendo aos que desconhecem o sentido da palavra falácia. Falácia, segundo a lógica, é um tipo de raciocínio que induz ao erro, faz parecer verdadeiro aquilo que não é. No que tange a educação então, podemos percebê-la muitas vezes a povoar os discursos desde ministros, secretários de educação e até mesmo dos próprios professores e sociedade em geral. Quero me deter, porém, apenas nos últimos acontecimentos que me chamaram a atenção. Reportagens em vários telejornais e entrevistas com especialistas A, B e C sobre como melhorar a educação no país e etc. tentando demonstrar o óbvio, a coisa vai de mal a pior e a tendência não é das melhores: profissionais abandonando a carreira do magistério, poucas procura pelos cursos de licenciatura, salários baixos, condições de trabalho precárias e perigosas e por aí vai... Alguns esboços no sentido de reverter essa situação, ainda que muito tímidas, estão começando a surgir, porém, nota-se, para um bom entendedor, que a