Vivemos em uma sociedade onde cada vez mais parece proibido se falar em esforço, demora ou qualquer outro tipo de coisa que despenda algum tempo ou trabalho para se resolver. Tudo tem que ser fácil e rápido. Não questiono aqui as filas de banco, engarrafamento ou qualquer outro tipo de atividade que todos concordamos que quanto menos tempo permanecermos neles, melhor. Mas é fato que há uma tolerância muito pequena quanto a tudo o que demande qualquer tipo de trabalho mais demorado hoje em dia. Queremos que tudo se resolva na hora, sem perda de tempo, e com isso acabamos muitas vezes por tentar resolver nossas questões pessoais ou quaisquer tipos de atividades de cunho reflexivo da mesma forma que lidamos com uma dor de cabeça qualquer: com uma pílula que prometa uma solução rápida e um alívio imediato para o desconforto pelo qual passamos.
Caso tenhamos de nos deter por um determinado tempo numa determinada questão ou se algo não oferece os benefícios que desejamos no menor tempo possível, já nos desesperamos e consideramos que algo errado está acontecendo. Perdemos (se é que algum dia já tivemos) a capacidade de aproveitar o ócio para estimular nossa própria capacidade de lidar com nossas próprias angústias e preocupações. Não consideramos que temos tempo para refletir sobre nossas próprias mazelas da vida e buscamos o mais rápido possível algum tipo de “anestésico” para o nosso desconforto.
Dentro dessa perspectiva não só se encaixam os mais variados tipos de drogas, bebidas, cigarros, remédios e outras categorias de “entorpecentes”, mas também visualizamos pessoas que por falta de capacidade de levar um relacionamento afetivo que seja prazeroso e satisfatório, ao invés de tentar solucionar o problema que causa os efeitos desagradáveis, simplesmente troca de parceiros constantemente na tentativa de fugir da situação desagradável, não percebendo que ao mudar de parceiro ele carrega consigo para o novo relacionamento todo o aparato causador do desconforto. E como alguém que não percebe algo que está “diante do seu nariz” reclama constantemente que “não tem sorte no amor” ou algo do gênero.
É óbvio que temos que admitir que revirar as feridas e procurar em nós a origem dos nossos problemas e desconfortos não é nada agradável, assim como nos esforçar para, como a fênix mitológica, renascer das próprias cinzas implica um processo trabalhoso e mesmo demorado na maioria dos casos. Mas a cultura dos “anestésicos”, além de não estar nos ajudando em nada a resolver efetivamente os nossos problemas e sim “empurrá-los com a barriga” não está criando problemas maiores ainda e nos fazendo perder muito mais do que tempo? Não se assemelha mais àquelas pessoas que mudam de fila constantemente para tentar chegar mais rápido ao caixa, fazendo assim com que a demora seja ainda maior? Estamos realmente buscando alguma solução ou apenas tentando induzir a nossa mente a pensar que estamos nos esforçando para alcançá-la?
Caso tenhamos de nos deter por um determinado tempo numa determinada questão ou se algo não oferece os benefícios que desejamos no menor tempo possível, já nos desesperamos e consideramos que algo errado está acontecendo. Perdemos (se é que algum dia já tivemos) a capacidade de aproveitar o ócio para estimular nossa própria capacidade de lidar com nossas próprias angústias e preocupações. Não consideramos que temos tempo para refletir sobre nossas próprias mazelas da vida e buscamos o mais rápido possível algum tipo de “anestésico” para o nosso desconforto.
Dentro dessa perspectiva não só se encaixam os mais variados tipos de drogas, bebidas, cigarros, remédios e outras categorias de “entorpecentes”, mas também visualizamos pessoas que por falta de capacidade de levar um relacionamento afetivo que seja prazeroso e satisfatório, ao invés de tentar solucionar o problema que causa os efeitos desagradáveis, simplesmente troca de parceiros constantemente na tentativa de fugir da situação desagradável, não percebendo que ao mudar de parceiro ele carrega consigo para o novo relacionamento todo o aparato causador do desconforto. E como alguém que não percebe algo que está “diante do seu nariz” reclama constantemente que “não tem sorte no amor” ou algo do gênero.
É óbvio que temos que admitir que revirar as feridas e procurar em nós a origem dos nossos problemas e desconfortos não é nada agradável, assim como nos esforçar para, como a fênix mitológica, renascer das próprias cinzas implica um processo trabalhoso e mesmo demorado na maioria dos casos. Mas a cultura dos “anestésicos”, além de não estar nos ajudando em nada a resolver efetivamente os nossos problemas e sim “empurrá-los com a barriga” não está criando problemas maiores ainda e nos fazendo perder muito mais do que tempo? Não se assemelha mais àquelas pessoas que mudam de fila constantemente para tentar chegar mais rápido ao caixa, fazendo assim com que a demora seja ainda maior? Estamos realmente buscando alguma solução ou apenas tentando induzir a nossa mente a pensar que estamos nos esforçando para alcançá-la?
Vivemos numa sociedade que não aceita o sofrimento. E isso cria pessoas cada vez mais fracas e frágeis para lidar com situações adversas. É mais fácil fugir e virar as costas do que encarar as dificuldades com serenidade e confiança, ainda que isso cause dor. É isso que a sociedade ensina hoje: afirmar que ninguém deve sofrer. De fato, ninguém quer sofrer. Não que nós queiramos ser masoquistas. Mas não podemos negar que o sofrimento é inerente ao ser humano, por causa de nossas imperfeições, do nosso egoísmo, de nosso pecado e das consequências do pecado no mundo.
ResponderExcluirO alívio imediato está longe de ser a solução para um problema.
Li um texto em uma revista que tem como título Pressa: liberdade ou escravidão? É um assunto para se refletir. Nesse texto, escrito por um padre, diz que a pressa e a agitação de nossos dias não nos deixam perceber nem o amanhecer e nem o entardecer. O mais interessante que eu li foi que somos inquietos e agitados competidores do campeonato do tempo, e nem sabemos qual a taça que está em jogo.