Aristóteles definiu o ser humano como um animal racional e dotado de linguagem. A questão de ser racional já foi amplamente explorada e mesmo utilizada para colocar a nossa espécie como superior ao resto dos animais, mas o segundo aspecto da definição aristotélica ainda é pouco considerado e não goza do mesmo grau de importância atribuído ao primeiro. Para o filósofo, a linguagem permite aos homens deliberar sobre o certo e o errado, o justo e o injusto. Desta forma, a linguagem permitiria aos seres racionais trocarem percepções entre si e construírem juntos um mundo comum que pudesse trazer o convívio harmônico e, com isso, a sociedade ideal. Infelizmente esse fator tão preponderante no ser humano não foi tratado com toda a seriedade com que se tratou a racionalidade durante todo o nosso progresso histórico. Se a racionalidade, aliada à técnica, construiu maravilhas e mesmo aberrações que ao mesmo tempo nos enchem de admiração e temor, com a linguagem parece que ainda estamos enga...
Comentários sobre temas cotidianos, não propriamente sob o ponto de vista filosófico, mas sob um viés mais crítico e reflexivo.