Nossa busca pelo outro é
tão intensa quanto nossa repulsa por ele. Somos seres que gostam de companhia,
de estar próximos a outros e com eles trocar experiências em todos os sentidos.
Porém, a presença do outro nos remete ao encontro conosco mesmos e com todas as
características que só ele é capaz de nos apontar. Características que nem
sempre gostaríamos de reconhecer em nós mesmos.
O outro também nos força
a tentar nos aprofundar na arte da convivência, de estabelecer linhas de
comportamento e conduta para que todos passam coabitar minimamente em paz no
espaço comum. E dadas as inúmeras divergências que as pessoas apresentam entre
si não é preciso dizer o quanto esse esforço até hoje ainda não colheu todos os
frutos que desejava a princípio e parece que ainda está longe de fazê-lo. Esta ainda
continua sendo a tarefa hercúlea da ética.
Nosso Eu ainda tão
centrado em si tem dificuldade de estabelecer mecanismos de convivência em que
todos possam caber de maneira igualitária. E a desconfiança em relação ao outro
faz com que todos sempre se posicionem na defensiva, esperando primeiramente
que o outro se desarme e tome a iniciativa antes de também tomar essa atitude. E
nessa espera cada um acaba por se convencer de que o outro não tomará essa
atitude e que a melhor saída é se armar ainda mais para evitar um iminente
prejuízo, um evidente ataque por parte do outro, ao qual não se conhece
totalmente e que por isso mesmo se deve temer e antecipar a atitude hostil.
Nossa postura sempre
negativa e baseada na desconfiança mútua impede as ações cooperativas e
qualquer condição para a alteridade. Somos seres que andam sempre com pedras
nas mãos e o semblante fechado para evitar a agressividade alheia, na esperança
de que o outro nos enxergue a fundo e nos ofereça rosas.
Muito bom!! Parabéns!!
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