Ser alguém comum nos incomoda imensamente. Sentimos necessidade de nos sentirmos especiais e gostaríamos que os outros assim também nos vissem. Nos diluir na multidão parece ser sinônimo de aniquilação da nossa individualidade. Um duro golpe no nosso ego sempre oscilante e carente de autoafirmação. Esta talvez seja uma das explicações para o sucesso das histórias de super-heróis desde a antiguidade. Assim como um jovem grego qualquer deveria sonhar com a possibilidade de acordar um belo dia e descobrir-se filho de um deus e que todas as suas angústias perante o mundo e sua falta de adequação ao que o cercava se devia justamente a sua estirpe elevada, sua meia-parte divina e, portanto, superior ao resto dos reles mortais dos quais ele se envergonhava de certa forma, mas que a partir de então seria motivo de inveja alheia e de admiração de todos aqueles que antes o olhavam com ar de repreensão, também os jovens atuais parecem sonhar com o dia em que se perceberão superiores e de algu...
Comentários sobre temas cotidianos, não propriamente sob o ponto de vista filosófico, mas sob um viés mais crítico e reflexivo.