Se relacionar é criar expectativas. Toda vez que nos
relacionamos, seja de que forma for, com qualquer pessoa, inevitavelmente
criamos expectativas em relação a esta pessoa e ela em relação a nós. Queremos ser
amados pelos namorados, maridos, esposas, admirados pelos amigos, respeito por
parte dos patrões ou dos empregados, lealdade de todos eles e por aí vai. Se estabelecemos
uma relação sem qualquer tipo de expectativa, dificilmente essa relação tem
para nós algum significado mais profundo. Ela certamente nos é um elo
descartável.
Até aí nenhuma novidade, o problema é conciliar as
expectativas que temos em relação aos outros com aquelas que eles possuem em
relação a nós. Às vezes não estamos dispostos a dar aos outros o mesmo que
exigimos que eles nos ofereçam. Às vezes são eles é que têm essa postura. Nosso
conceito de amor, amizade, companheirismo pode não coincidir com aqueles das
pessoas com as quais convivemos e a forma de demonstrar esses sentimentos podem
variar daquelas que os outros possuem de fazer o mesmo.
Obviamente muita confusão seria evitada se as pessoas fossem
mais parecidas nesses quesitos e não variassem tanto em suas maneiras de se
relacionar com os outros. Mas sempre que se pensa nesse assunto cada um imagina
como seria bom se o outro fosse igual a si, e não o contrário. Ninguém quer
estar no lugar do outro, só quer que ele estivesse no seu. Cada um pensa em
resolver este problema alimentando-o mais ainda, ou seja, criando mais uma
expectativa, a de que se o outro se alterasse estaria mais próximo do meu ideal
de perfeição e me deixaria mais satisfeito.
No fim, queremos conviver com o outro não aceitando-o como é
e ele a nós, negociando as diferenças e as possibilidades de convergência, mas tentando
englobá-lo de alguma forma dentro do nosso egoísmo, de alguma maneira que ele
seja mais parecido conosco e aja de acordo com aquilo que nós projetamos para o
nosso ideal de relacionamento no qual o outro não pode vir tal como é, mas
somente tal qual o esperamos e nos moldes com o qual o nosso ideal o planejou.
Gostei muito do seu artigo, professor Augusto.
ResponderExcluirSaudades de você
ass: Aline de Oliveira
Ótimo artigo professor !!!
ResponderExcluirMuito bom seu artigo Augusto. Acho também que poderíamos praticar o autoamor, para não imaginar que estamos amando e ao invés disso estarmos nos tornando doentiamente dependentes do outro.
ResponderExcluirAss. Prof. Cristina