Constantemente nos deparamos em jornais, salas de aula, programas de televisão, dentre outros, com queixas sobre o caráter negativo da Internet e sua influência na falta de interesse pela leitura principalmente entre os jovens. Os comentários mais recorrentes são os de que a Internet substituiu os livros e que a famosa cultura do “Control C, Control V” tomou conta da nossa juventude, agora totalmente alheia aos verdadeiros objetivos das pesquisas escolares e que os mesmos nem mais lêem aquilo que copiam e colam da rede mundial de computadores.
Não podemos descartar totalmente o mérito destas críticas, mas algumas perguntas são cabíveis antes de tomarmos qualquer conclusão como verdadeira neste caso. Quando foi que as pessoas tiveram um interesse profundo pela leitura, antes da “malvada” Internet chegar e estragar tudo? Antes da Internet os alunos tinham o hábito de ler aquilo que estavam copiando dos livros para as pesquisas escolares ou apenas procuravam as palavras-chave que constavam no tema da pesquisa que o professor pedia e a partir daí começavam uma cópia sem critério nenhum sobre o que realmente deveriam pesquisar? O “internetês” acabou se tornando o terror de muitos professores, isso é fato, pelos alunos incorporarem esse mecanismo de abreviação não só nos sites de relacionamento, mas também no cotidiano escolar. Porém, não se pode negar que para dialogar nos sites de relacionamento é necessário algum grau, mesmo que mínimo, de alfabetização, e o hábito de conversar em salas de bate papo ou qualquer outro mecanismo de relacionamento incentiva também a leitura, ainda que numa espécie de dialeto do nosso idioma.
Quanto à qualidade do conteúdo que veicula na rede, por se tratar de uma área onde é difícil restringir a entrada de conteúdos impróprios, nocivos ou mesmo supérfluos, há que se salientar que este tipo de material está presente nas mais variadas formas de mídia ou meios de transmissão de informação, não é privilégio da Internet. Se o ponto principal desta discussão for a utilidade ou a veracidade do material veiculado, poder-se-ia incluir aqui também a televisão, com tantos programas sensacionalistas e sem nenhuma intenção de informar realmente, funcionando muitas vezes como propagadoras de preconceitos e exaltação de banalidades como algo essencial. No campo editorial não é diferente, tantos livros vendendo a fórmula mágica para se atingir qualquer objetivo, propagando todo tipo de esquisitices, bizarrices e mais preconceitos sobre todo tipo de coisa e todo mundo abaixa a cabeça porque é “um livro”. Agora se a mesma bobagem veicula na Internet todo mundo se acha no direito de apedrejar.
A resistência a tudo o que é novo é algo natural, mas quando se torna uma espécie de fobia como já podemos ver por aí, pode-se encarar como algo patológico. Caso se encarasse a questão por um viés mais crítico, ver-se-ia que realmente ela apresenta problemas que devem ser neutralizados, mas que da mesma forma outros mecanismos já cristalizados e consolidados como rádio, jornal, revistas, televisão etc. apresentam as mesmas falhas e nem por isso são julgadas com o mesmo rigor e aversão.
Voltando a questão dos livros, basta voltarmos um pouquinho no tempo e ver que o hábito da leitura nunca foi algo constante e apreciado por nossos estudantes e pelos nossos cidadãos, a Internet não tomou o lugar dos livros, ela veio ocupar um nicho que estava desocupado, pois quem gostava de ler continua lendo e inclusive usa a rede para comprar, trocar e mesmo fazer download de livros, facilitando em muito suas pesquisas e trocas de informações com outras pessoas com interesses parecidos. Quem já não gostava de ler e pesquisar simplesmente arranjou um mecanismo mais eficiente de “copiar e colar” temas sem ter o devido cuidado em ler ou se inteirar daquilo que lhe foi pedido.
Portanto, dizer que a Internet é a grande vilã dos últimos tempos e a grande responsável pela degradação de nossa cultura, quer seja literária, quer seja em qualquer outro aspecto, não passa de uma grande falácia (raciocínio que conduz ao erro), e ao invés de esclarecer o assunto apenas distorce a discussão, varrendo a sujeira para debaixo do tapete e desvia-nos dos verdadeiros “porquês” que estão por trás dessa situação e nos afasta de uma resolução satisfatória para este problema.
Não podemos descartar totalmente o mérito destas críticas, mas algumas perguntas são cabíveis antes de tomarmos qualquer conclusão como verdadeira neste caso. Quando foi que as pessoas tiveram um interesse profundo pela leitura, antes da “malvada” Internet chegar e estragar tudo? Antes da Internet os alunos tinham o hábito de ler aquilo que estavam copiando dos livros para as pesquisas escolares ou apenas procuravam as palavras-chave que constavam no tema da pesquisa que o professor pedia e a partir daí começavam uma cópia sem critério nenhum sobre o que realmente deveriam pesquisar? O “internetês” acabou se tornando o terror de muitos professores, isso é fato, pelos alunos incorporarem esse mecanismo de abreviação não só nos sites de relacionamento, mas também no cotidiano escolar. Porém, não se pode negar que para dialogar nos sites de relacionamento é necessário algum grau, mesmo que mínimo, de alfabetização, e o hábito de conversar em salas de bate papo ou qualquer outro mecanismo de relacionamento incentiva também a leitura, ainda que numa espécie de dialeto do nosso idioma.
Quanto à qualidade do conteúdo que veicula na rede, por se tratar de uma área onde é difícil restringir a entrada de conteúdos impróprios, nocivos ou mesmo supérfluos, há que se salientar que este tipo de material está presente nas mais variadas formas de mídia ou meios de transmissão de informação, não é privilégio da Internet. Se o ponto principal desta discussão for a utilidade ou a veracidade do material veiculado, poder-se-ia incluir aqui também a televisão, com tantos programas sensacionalistas e sem nenhuma intenção de informar realmente, funcionando muitas vezes como propagadoras de preconceitos e exaltação de banalidades como algo essencial. No campo editorial não é diferente, tantos livros vendendo a fórmula mágica para se atingir qualquer objetivo, propagando todo tipo de esquisitices, bizarrices e mais preconceitos sobre todo tipo de coisa e todo mundo abaixa a cabeça porque é “um livro”. Agora se a mesma bobagem veicula na Internet todo mundo se acha no direito de apedrejar.
A resistência a tudo o que é novo é algo natural, mas quando se torna uma espécie de fobia como já podemos ver por aí, pode-se encarar como algo patológico. Caso se encarasse a questão por um viés mais crítico, ver-se-ia que realmente ela apresenta problemas que devem ser neutralizados, mas que da mesma forma outros mecanismos já cristalizados e consolidados como rádio, jornal, revistas, televisão etc. apresentam as mesmas falhas e nem por isso são julgadas com o mesmo rigor e aversão.
Voltando a questão dos livros, basta voltarmos um pouquinho no tempo e ver que o hábito da leitura nunca foi algo constante e apreciado por nossos estudantes e pelos nossos cidadãos, a Internet não tomou o lugar dos livros, ela veio ocupar um nicho que estava desocupado, pois quem gostava de ler continua lendo e inclusive usa a rede para comprar, trocar e mesmo fazer download de livros, facilitando em muito suas pesquisas e trocas de informações com outras pessoas com interesses parecidos. Quem já não gostava de ler e pesquisar simplesmente arranjou um mecanismo mais eficiente de “copiar e colar” temas sem ter o devido cuidado em ler ou se inteirar daquilo que lhe foi pedido.
Portanto, dizer que a Internet é a grande vilã dos últimos tempos e a grande responsável pela degradação de nossa cultura, quer seja literária, quer seja em qualquer outro aspecto, não passa de uma grande falácia (raciocínio que conduz ao erro), e ao invés de esclarecer o assunto apenas distorce a discussão, varrendo a sujeira para debaixo do tapete e desvia-nos dos verdadeiros “porquês” que estão por trás dessa situação e nos afasta de uma resolução satisfatória para este problema.
Oi, Augusto tudo bom? Estava devendo um comentário no seu blog e cá estou. Enquanto lia seu texto e as questões pertinentes que levantou fiquei pensando em especial na questão da pesquisa escolar. "No meu tempo", não tive como fugir desse jargão, lembro de fazer minhas pesquisas na Biblioteca Municipal, no Bosque da Princesa, onde a Barsa e outras enciclopédias e livros didáticos me ofereciam as palavras-chaves que eu precisava. Honestamente, não me lembro de nenhum dado de nenhuma pesquisa que tenha feito, simplesmente porque copiava. Exatamente o Ctrl C, Ctrl V que vemos hoje em sala de aula.
ResponderExcluirNa minha opinião, acredito que o problema da pesquisa escolar tem mais a ver com boa orientação e objetivo do que mera "malandragem" estudantil. A maioria dos professores infelizmente ainda adotam métodos que transformam a pesquisa em atividade inócua e não algo efetivo no aprendizado. A pesquisa tem que ser exigida, debatida em sala, enfim, o conteúdo precisa ser explorado e não mera cópia para visto ou ponto na média.
Quanto a internet ser a "vilã" da vez também acho isso tudo um exagero, resistência ao novo como foi muito bem dito por você. Encaro a net como mais um meio, com coisas positivas e negativas como qualquer outro, porém, como é um instrumento não age sozinha, infelizmente é o usuário que democratiza muito lixo na rede. Mas, assim como TV, rádio, jornais, revistas e livros oferecem boas e más idéias, a net também, portanto, cabe a nós usuários termos um bom filtro e reconhecer o que serve e descartar o inútil. Grande abraço e vê se posta mais vezes.
Ah, desculpa fazer propaganda do meu blog no seu espaço, mas, não resisti: www.producaodecalcinha.blogspot.com.